quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O cheiro dos livros


O Cheiro Dos Livros

O professor de português

Empolgou-se na lição

Tropeçou caíu ao chão

Quase partiu o pescoço

Como aquele sábio grego

Que de tanto olhar o céu

Caíu dentro dum poço

 
O professor de português

Falava de natação

Dos poemas de Camões

Eu vi toda a epopeia

Senti o cheiro ao mostrengo

Cheirava a sal e a trovões

E a desgostos de sereia

 
Mas eu quero-lhe dizer

Um segredo verdadeiro

Até o Stör caír

Os livros não tinham cheiro

 
E eu que não tinha atenção

Era uma nota sofrível

Senti vivo o predicado

Dentro do meu coração

Saltei subí de nível

Fiz-me sujeito acordado

No centro da oração


 Ó meu caro professor
Eu quero-lhe agradecer

Ter ganho o meu nariz

Nele vou a toda a parte

É uma força motriz

Vou a Roma e a Paris

Vou à Lua e vou a Marte

Ó meu caro professor...

Cabeças no ar

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